Ouro Preto é um museu a céu aberto a apenas 98 km de BH. Visitar esta cidade diversas vezes é ter a sensação que ainda há algo a descobrir. São ruas ainda calçadas como no passado, casarões antigos e preservados, vielas, museus, igrejas e minas de ouro.
É tudo carregado de história e de marcas do tempo. É possível visitar diversas igrejas com rico acervo, museus ricos em história, construções de época ainda muito bem preservadas, antigas minas de ouro e cachoeiras naturais
Como chegar?
Seguir pela BR-040 em direção ao Rio de Janeiro até o trevo da Rodovia dos Inconfidentes – BR – 356 – em seguida, tomando-se à direita no sentido Ouro Preto, passando em frente ao Condomínio Alphaville. Por esta rodovia siga por mais alguns quilômetros, passando por Itabirito, Cacheiro do Campo até o trevo da cidade, entre a esquerda contornando o trevo e voltando a rodovia, siga por mais 5 km. Você chegou em Ouro Preto.
Onde passear?
Embarque em um trem que faz o trecho Ouro Preto – Mariana – Ouro Preto, percurso que dura em torno de uma hora, uma parte percorrendo ao lado do Ribeirão do Carmo, atravessando túneis e paredes de pedra rente as janelas do vagão. Um deles tem várias aberturas em policarbonato o que permite ver as paisagens com maior angulo que os vãos das janelas dos vagões normais, mas isto tem um plus no bilhete. De qualquer forma, adquira seu bilhete, embarque e boa viagem. Se ainda houver tempo veja a maquete que apresenta parte do percurso do trem numa das salas da estação. É muito interessante.
No dia de um dos nossos passeios a locomotiva não conseguia engatar os vagões para iniciar o percurso então os técnicos desconectaram os engates e retornaram com ela até um ponto da estação onde existe um mecanismo que gira a locomotiva em 360 graus. Com pouco mais de 20 minutos já estávamos iniciando nosso passeio em direção a Mariana. Foi sensacional ver o deslocamento de uma máquina daquele porte.
O prazeroso passeio de trem, que percorre uma pequena distância envolve uma descida de morro (???), isso mesmo, descendo pela montanha, passando por túneis, paredões de pedra, abismos, cruzamento de nível, fábricas abandonadas e muita coisa mais. Ao final você vai achar que foi muito rápido. É possível comprar a passagem só de ida e passar mais tempo em Mariana, ou comprar de ida-e-volta, dependendo do seu roteiro e tempo disponível.
Um passeio ao Parque do Itacolomi, logo no início da cidade, nos leva ao topo do morro com mais de 1.700 metros de altitude, cuja área foi ponto de parada dos tropeiros que lá passavam a caminho de outros povoados. Há algumas lagoas e o remanescente de uma casa sede de fazenda daquela época, bastante preservada, denominada Casa do Bandeirista, considerada por muitos como o primeiro prédio público do Estado, já que servia para a cobrança de impostos e vigilância das minas de ouro e prata.
Também junto a Casa Bandeirista há um pequeno Museu do Chá, com antigos armazéns onde estão expostos equipamentos importados da Alemanha utilizados no beneficiamento da produção. A fazenda, na época denominada de São José do Manso, se dedicava ao cultivo da folha do chá através de sementes trazidas da Índia pelo proprietário no início do século XX.
Há muitas possibilidades de passeios e caminhadas pelo parque com roteiros guiados e toda segurança. No dia do nosso passeio, encontramos algumas pessoas que se animaram a subir a pé ou de bicicleta até o alto da montanha. As informações podem ser obtidas na recepção, logo no início da estrada de subida para o parque. Anime-se.
Existem alguns mirantes dentro do parque em que é possível avistar o Pico do Itacolomi, símbolo da região, desde tempos bem remotos. Em outros, avista-se parte da cidade de Ouro Preto e em dias mais claros alguns dos distritos mais próximos como Lavras Novas.
As igrejas de Ouro Preto é um capítulo à parte, já que possui um dos conjuntos mais completos da arte barroca no mundo. Você percebe observando os detalhes das igrejas, das esculturas dos santos em madeira e pias em pedra-sabão. Falam que a cidade possui mais de 30 igrejas e capelas. Diz a crendice popular que se você entrar em uma igreja que ainda não conheça deverá fazer um pedido e será atendido.
No último andar da Casa dos Contos, bem no centro da cidade, há um equipamento instalado por onde se pode ver a chamada Casa dos Inconfidentes, local onde se realizam as reuniões preparativas para a conspiração. Vale a pena visitar, ela está localizada numa das entradas da cidade e tem uma maravilhosa vista do centro histórico encravado no meio das montanhas, além de contar com acervos audiovisuais de grande conteúdo histórico.
As casas e prédios na cidade oferecem um grande espetáculo, ver como tudo aquilo ainda hoje, após passado tantos anos, ainda mantem bem preservado o estilo daquela época. Esta parte do centro histórico fica bem em frente à igreja de Nossa Senhora do Rosário. É quase um postal da cidade.
Outra, situado numa das ruas principais, mostra a força das construções e andando por lá a gente se sente como se estivesse mesmo vivendo naquele lugar, num tempo distante. Quando cai a noite então, sendo no inverno, com a névoa envolvendo a cidade, passa a ser certeza.
Entre Ouro Preto e Mariana (16 km de distância) existe uma antiga mina totalmente desativada, chamada Mina da Passagem, que é uma das poucas minas de ouro abertas à visitação pública no mundo. As visitas são guiadas por todo o percurso, que é feito utilizando trolleys que são aqueles carinhos que retiram o minério das minas para ser depurado. As imagens de dentro são incríveis, sem contar a aventura de descer a cerca de 120 metros da superfície em cima dos carrinhos num percurso de mais de 300 metros em que até existem lagos subterrâneos. Então adicione coragem neste passeio de aventura e conhecimento.
Em Ouro Preto, existem mais 5 minas de ouro abertas a visitação, mas são bem menores que a de Passagem, já que usavam durante muito tempo, o trabalho escravo.
Por ocasião da semana santa a cidade se enche de turistas que querem ajudar a enfeitá-la para as procissões que são o ponto alto das comemorações desta data. Já na quinta feira que antecede o feriado, as ruas são interditadas ao trânsito e os moradores locais ajudados por uma legião de interessados, utilizam pó de serra pintado, borra de café, flores e tudo o mais, juntamente com moldes feitos em madeira idealizados por artistas plásticos locais e de posse dos desenhos começam a decorar as ruas preenchendo as formas com todo este material. Alguns passam a noite finalizando os desenhos, num trabalho totalmente voluntário, mantendo-se uma tradição centenária, contudo, ao passar a procissão tudo será destruído.
Ao amanhecer o quadro é um espetáculo. Com as ruas enfeitadas, janelas e varandas dos sobrados expõem toalhas com motivos religiosos nas cores vermelha ou lilás denotando um sentimento pouco conhecido em muitos lugares. Logo cedo começam as missas. Crianças vestidas de anjo percorrem apressadas as ruas com seus pais, jovens e adultos surgem vestidos como os antigos romanos através de vielas e becos. Tocam os sinos das igrejas, vai começar a procissão. Essa, vai de uma igreja a outra, atravessando uma boa parte do centro histórico da cidade. Começa a caminhada dos religiosos, toda a população acompanha, uma música triste tocada pela banda da cidade vai ao final da procissão. A população calada, só se ouve a música e os passos por entre as pedras do calçamento.
Ouro Preto possui ainda 12 distritos (povoados) que vale a pena visitar. Neles você vai percorrer por antigos caminhos da Estrada Real, ricas paisagens e áreas de preservação ambiental com pequenos animais de várias espécies. Alguns deles como Lavras Novas e São Bartolomeu, que estão relacionados com este post.
Veja também outros locais históricos:
Onde comer?
Alguns casarões foram transformados em restaurantes no centro histórico e oferecem uma grande variedade gastronômica e de preços, mas são indispensáveis depois do sobe e desce das ladeiras, mas experimente algum dos restaurantes abaixo:
O Passo , Acaso 85 ou Bené da Flauta.
Verifique os preços, alguns são um pouco salgados, mas de qualquer forma, a comida e o lugar valem a pena. E não se esqueça, vai valer a pena as fotos tiradas nestes locais.
A especialidade do “O Passo” é pizza, deliciosa por sinal, mas também serve outros pratos. Todos os três estão dentro de casarões que vale a pena conhecer. Sem falar da comida, é claro.
Onde hospedar?
A cidade oferece amplas opções de hospedagem. A diferença está entre ficar no centro histórico ou não é o valor a que estiver disposto a gastar.
Serviço:
- Museu da Inconfidência – 12:00 as 18:00h – fecha às segundas-feiras;
- Museu do Oratório – 09:30 as 17:30h – não fecha;
- Museu da Farmácia – 13:00 as 17:00h – fecha aos sábados, domingos e às segundas-feiras;
- Museu de Ciência e Técnica/UFOP – 12:00 às 17:00h fecha às segundas-feiras;
- Museu Casa dos Contos – 10:00 às 17:00h – fecha às segundas-feiras até às 14:00 h e aos domingos encerra a visitação às 15:00h;
- Museu da Casa dos Inconfidentes – abre de 10:00 às 16:00h – fecha aos domingos;
- Museu do Chá (Parque do Itacolomi) – 08:00 às 17:00h – fecha às segundas-feiras;
- Museu das Reduções (Amarantina) – 09:00 às 16:40h – fecha às terças-feiras;
- Museu de Arte Sacra – 09:00 às 10:45 – 12:00 às 16:45h – fecha às segundas-feiras;
- Teatro Municipal – Casa da Ópera – 10:00 às 18:00h – não fecha;
- Vale dos Contos – 12:00 às 18:00h – não fecha.
- Mina da Passagem – Passagem de Mariana – 09:00 às 17:30h – não fecha informações da Mina da Passagem
- Estação Ferroviária de Ouro Preto: Praça Cesário Alvim, s/n – 09:00 às 17:00h – sextas-feiras até domingos e feriados nacionais Informações do trem Ouro Preto-Mariana-Ouro Preto
Categories: Cidades Históricas, Circuito do Ouro, Turismo Rural
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